sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Transplante de Orgãos. Argentina-Brasil

Como eu citei no fim de um post anterior ai, eu vou dedicar inteiramente essa postagem ao tema transplante de órgãos.
Confesso que escrevi meio que correndo, porque eu tive meu parcial de fisiologia ontem e já está em cima o parcial de Física assim que tenho que estudar estudar e estudaaar pra chegar com segurança em todos os temas, que correria... mas prometi antes e quero finalizar esse assunto de uma vez
Bem, eu comecei a matéria de medicina antropológica e a abordagem de ensino foi diferente, ficou acertado que as aulas se resumiriam a seminários apresentados pelos alunos em grupos, ou seja cada um se unia com seus amigos em grupos de até 10 pessoas, escolhia um tema e apresentava, devido a organização rápida em classe meu grupo foi justo o primeiro e tivemos que trabalhar rápido para na semana seguinte já se apresentar, o tema: Transplante de Órgãos.
Dividimos as tarefas e eu agarrei a parte das estatísticas pela curiosidade.
Então eu descobri uma coisa ao ler isto.
"Argentina no sólo se ubica a la vanguardia en Latinoamérica en materia de donación y trasplantes de órganos, sino que año a año mejora en esta materia", señaló el ministro argentino de Salud, Juan Manzur.
Bah, fiquei feliz ao ler isso mas lá no fundo meu 'eu brasileiro' se perguntava, Argentina melhor que Brasil? affe.
Segui fazendo o trabalho mas com essa dúvida.. E os transplantes no brasil che?
Eu me deixei iludir nas palavras do senhor ministro argentino, nunca devemos crer 100% na palavra de um politico, eles sempre buscam se vangloriar dos seus feitos muitas vezes passando por cima da realidade.
Primeiro é importante aclarar que o Brasil atualmente possui 200 milhões de habitantes e a Argentina 42 milhões de habitantes. Isso já é uma grande diferença que vai se refletir obviamente no numero de transplantes.
Em números vou abordar o ano de 2012 uma vez que 2013 ainda está rolando e as estatísticas totais não estão prontas já que o ano não terminou.
Oque levam muito em conta nessa questão é o numero de doadores por milhão de habitantes (PMH)
Ranking de doadores PMH no mundo (click para ampliar) Preste atenção em Argentina e Brasil.
Esse ranking é de 2011, não encontrei um global de 2012 (acho que alguns países citados ainda não disponibilizaram o ranking do ano passado)
A Espanha na liderança me surpreende, e a Argentina de fato está a frente do Brasil nesse quesito que parece ser o mais aceito globalmente, mas o número de cirurgias revela outra coisa.
Vou mostrar uns números de 2012.
Espanha - 4211 transplantes. 1643 doadores.
Argentina - 1839 transplantes. 630 doadores.
Brasil - 7426 transplantes. 2406 doadores.
Ou seja o Brasil possui mais transplantes que a Argentina o/ porém esse número dividido pela população total de cada país faz o Brasil ficar para trás.
Se levarmos em consideração o número absoluto de cirurgias realizadas eu diria que o Brasil ficaria em segundo lugar no mundo só perdendo para os Estados Unidos. (Eu acho isso não encontrei nenhuma informação que comprove minha teoria).
Oque me levou crer nisso foi o exemplo do número absoluto de transplantes de rins no mundo no ano de 2011.
Falando de números absolutos já é outra história.
Analisando Brasil e Argentina pude ver outra diferença.
Se tu leitor me perguntar. Qual é a grande diferença pra ti entre Brasil e Argentina? Eu te responderei. Desigualdade Social.
Na Argentina as coisas são melhor distribuídas enquanto que no Brasil você vê muita gente muito rica e muita gente muito pobre. Pois olhando para os transplantes acontece a mesma coisa.
Desequilíbrio Brasileiro
Equilíbrio Argentino




















Na Argentina existe um certo equilíbrio com a capital federal(cidade de Buenos Aires sozinha) liderando, La Rioja é quase inexpressiva a nível nacional pela população pequena, já no Brasil, Santa Catarina lidera a lista de doadores por milhão e nem de longe é o estado mais populoso do país, e a discrepância de cirurgias feitas em São Paulo é estratosférica comparando com o resto do país.
São Paulo é o líder nacional de transplantes e, por exemplo, faz 40 vezes mais transplantes que o vizinho Rio de Janeiro. Isso é uma desigualdade plena...
Quem vive em São Paulo tem mais probabilidades de ser atendido que no resto do país
Sem falar no norte e nordeste do país que puxam as estatísticas do Brasil pra baixo, isso é um reflexo direto da desigualdade social do país.. assim como saúde, educação e segurança. Nos ultimos anos o Brasil vem trabalhando duro pra amenizar essa desigualdade e as cirurgias no Norte e Nordeste do país não param de crescer ano a ano embora ainda exista uma diferença gritante. Pelo menos a pátria amada é líder em uma coisa. O Brasil é recordista mundial em transplantes realizados pelo sistema público de saúde com uma cifra de 95% do total dos transplantes, na Argentina essa cifra chega a uns 70% de transplantes públicos, imagine no recordista em números absolutos que são os EUA, la inexiste um sistema público de saúde.. aja seguro pra pagar tanta cirurgia rs. Graças a Deus o sangue quente latino nos dá a virtude de garantir a maioria dos transplantes gratuitos no cone sul apesar das dificuldades de cada país.

Eu sou doador de órgãos com prazer, está escrito na minha licença de conduzir argentina, se algo infelizmente acontecer comigo vou ficar feliz em ajudar o próximo.

E você? É doador de órgãos?

-----------------------------------------------------
Bibliografia desse post
http://www.incucai.gov.ar/institucional/memorias.jsp
http://www.abto.org.br/abtov03/default.aspx?mn=457&c=900&s=0
http://es.reuters.com/article/topNews/idESMAE90E02R20130115
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/pdf/2012/Jul/30/apresentacao_transplantes_300712.pdf
http://www.dw.de/sistema-nacional-de-transplantes-esbarra-nas-discrep%C3%A2ncias-estaduais/a-16846081
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/index.cfm?portal=pagina.visualizarTexto&codConteudo=11279&codModuloArea=1011&chamada=evoluacao-da-doacao-e-do-transplantes-no-brasil

sábado, 7 de setembro de 2013

Primavera Riojana 2013

O inverno em La Rioja chega a ser chato de encarar, dias frios com temperaturas baixas e noites geladas com temperaturas negativas, mas com o tempo vem setembro e a primavera começa a dar as caras. Primavera em La Rioja é coisa de doido, só vendo pra crer, é realmente muito lindo, muita gente diz que é a melhor época do ano na cidade, primeiro aparecem as arvores todas rosadas, algumas com flores brancas, depois as amoreiras (pois há muitas na cidade) começam a soltar tanta amora, mas tanta amora que as calçadas ficam todas sujas de amoras pelo chão, fora as variedades que se podem encontrar nas ruas.. laranjas, limões, azeitonas... e por ai vai.
Como agora é a época mais bonita das árvores deixo uma enxurrada de imagens pra ti, leitor.
Essa é de 2012 na Avenida Peron as seguintes são todas de 2013.





Plaza 25 de mayo o microcentro da cidade

Essa foto não tem muito a ver com o tema mas achei muito fofo o peãozin gaucho e sua prendinha foi o evento da cidade  que ocorre nessa mesma época o 'Folkloreando desde la niñez'

Plaza 25 de mayo


Os soldados do 15° regimento cuidam muito bem do seu quartel rs


Tajamar


Plaza 9 de Julio

Calle Copiapo, pertinho da Av. Facundo Quiroga.
La Quebrada

Av. Ortiz de Ocampo
La Rioja é assim mesmo. Desde o inicio de setembro não fazia um frio intenso, invernal. Os lapachos floresceram, a temperatura ficou agradável, parecia que a primavera tinha chegado pra ficar, o calor foi aumentando... Houve vento zonda e a temperatura subiu até que teve seu pico com 39° C há quatro dias antes da foto abaixo, coisa nunca vista desde o verão até então. De repente veio o frio, as temperaturas despencaram mais de 40° e na segunda feira de 16/set/2013 as montanhas ficaram brancas de novo.
A fusão do inverno com a primavera.


Bairro Panamericano. Zn Oeste da Capital.

Uma Laranjeira entre Lapachos.
Ruta 78 Logo apos a Quebrada indo ao Dique.

Um ramo e ao fundo um dos principais Cerros da cidade. "Cerro de la Cruz"
Você vai andando pelas ruas e com tanta beleza e simplicidade acaba se inspirando...
 Se eu encontrar alguma outra imagem eu posto aqui, e quando chegar a época das amoras e outras frutas vou tentar atualizar essa postagem.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Começando o 2nd Semestre e Considerando sobre o futuro

Esse segundo semestre trás consigo 4 matérias novas fora as 3 anuais que seguem então decidi escrever sobre como é essa 'outra face' do meu segundo ano de medicina no blog.
Fisiologia, Histologia Embriologia e Genética e Física Biomédica, que são anuais, continuam com seus teóricos e práticos semanais.
A novidade são as matérias eletivas do segundo ano que são:
-Fundamentos de Instrumentação Cirúrgica 
-Nutrição Básica  
-Psicologia Social.
Psicologia Social não deu sinais de vida, quero dizer não começou as aulas, ninguém informou nada e corre boatos de que não terá pois dizem que não houve alunos suficientes pra formar uma turma, eu sigo com esperanças que tenha e fico na expectativa do chamado.
Instrumentação e Nutrição estão muito complicadas, porque os horários se chocam ambas as segundas feiras as 19h, o bom e que se alternaram (por acaso) em uma segunda houve uma aula de nutrição e não houve de instrumentação e em outra semana ocorreu o mesmo mas ao inverso. Espero que não complique a situação no futuro.
Algumas Incisões de Abdômen
Eu gostei bastante de Instrumentação, mergulhar no mundo da cirurgia pela primeira vez com 2 excelentes cirurgiões da região te dando aula foi uma experiência diferente e boa, uma aula com muita informação cheia de histórias de cirurgias vividas por eles que ilustram melhor os exemplos citados, além de bem interativa.
Nutrição está sendo uma matéria tranquila mas não me empolgou até o momento como instrumentação, rs.
É obrigatório fazer uma eletiva, eu optei por fazer as 3, porquê?
Para somar horas, são 7080 horas a soma total do curso de medicina da UNLaR, cada eletiva me dá 50 horas extras, optei por ter as três e acrescentar mais horas para a minha formação.
Aqui na argentina ninguém da bola para as horas, oque importa é a livreta universitária, sua história acadêmica e suas notas finais em cada matéria, é oque conta na hora de ser admitido em uma residencia, no Brasil levam a sério as horas então é importante para mim agregar elas.
Hoje estando no segundo ano de medicina eu me preocupo com o futuro... Depois que eu me formar, (olha minhas projeções doidas, rs) eu não penso em voltar ao Brasil, na verdade eu sonho em fazer residencia nos Estados Unidos ou no Canadá, depois disso eu penso em voltar para o Brasil e ingressar no exército brasileiro e atuar como médico na Amazônia ou entrar para os médicos sem fronteiras e atuar na Africa e depois o mundo... Depois de conhecer diversos pontos do planeta como médico eu penso em voltar e finalmente me fixar na pátria amada brasileira, formar família, etc. Isso de futuro é complicado, porque tudo está sempre em movimento e as coisas quase nunca saem do jeito que a gente quer, por exemplo eu sou ciente que ir pra américa do norte não é barato, custa caro se manter e se especializar lá e minhas condições econômicas não são privilegiadas, na contra mão disso tenho como exemplo diversos professores argentinos que encontrei na UNLaR que em condições semelhantes à minha, se destacaram ganharam bolsas e se especializaram na América do Norte com gastos mínimos. Eu não nego também que essa minha visão futurista é muito eu, eu  e +eu. Se aparecer uma mulher especial na minha vida tudo isso pode mudar hahahaha. E também a Argentina é igual que o Brasil é um belo país pra se especializar e fazer residencia, a experiência de viver e estudar neste país está sendo muito boa, portanto eu vou no raciocínio, ''espere pelo melhor e prepare-se para o pior''.
Vou tentando somar a maior quantidade possível de horas à minha formação.
Fora a medicina eu comecei a fazer um curso de idiomas novo, Francês! Na universidade também. (Se eu for pra Africa mesmo já posso ir para a metade dela com meu Francês hahaha) Como dizem meus país esse é meu defeito, 'acumular responsabilidades e querer levar o mundo nas costas', e quase sempre eles acertam e eu não aguento levar adiante tudo, rs.
Africa Francófona
Como se não bastasse neste segundo semestre as anuais, as eletivas e o curso de idiomas eu me inscrevi em uma matéria do terceiro ano esperando suavizar a carga estudantil do ano que vem (isso se eu passar para o terceiro oque acontecerá se deus quiser) a matéria é medicina antropológica. Inclusive eu e meu grupo na universidade fizemos e apresentamos um trabalho que eu achei sensacional sobre transplante de órgãos, no qual eu fiquei responsável no desenvolvimento pela parte de estatísticas e na parte de apresentação em classe me tocou a apresentação, abertura e suporte, mas esse tema dá muito pano pra manga e vou fazer um post dedicado a ele em um futuro próximo, aguardem. =)